"O principal uso do corpo é carregar o cérebro. E o cérebro é o que nos somos".
Samuel Johson, escritor e pensador Inglês.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Oi! Meu nome é Amanda e eu sou TDAH.

Imagina alguém chegar em você e se apresentar assim... Num encontro ou numa entrevista de emprego, por exemplo. Você vai achar estranho, ficar assustado, achando que é uma doença contagiosa, ou no mínimo, que essa pessoa é "lelé". Parece engraçado, mas é muito ruim você ter o transtorno e não saber.

Você passa a vida toda pensando porquê age de certas maneiras, porquê é tão impulsivo, de difícil convivência, não lida bem com regras, porquê não consegue finalizar metas que estabeleceu, as quais escolheu pelo apreço. Sua auto-estima baixa e você se sente o 'patinho feio' no meio da multidão.

Eu não sabia que era TDA e ainda H. Ou seja, além de ter déficit de atenção, eu era hiperativa também. Rs! Agora, aos 20 anos, eu sei porque não parava quieta na sala, porque ficava viajando no que a professora dizia, porque recebia tantas broncas dos meus pais e era tãooo desastrada e impulsiva. Tentei até justificar, quando fui crescendo, para meu conforto pessoal e até para as outras pessoas, que era meu jeito Carpe Diem de levar a vida.

Hoje, estudante do curso de Direito, penso aqui com meus botões: e se eu não tivesse descorberto o meu problema? Provavelmente não faria o curso bem feito, por causa da minha falta de atenção, ansiedade e indisciplina para estudar, ou pior, nem terminaria o curso.

Fiz várias atividades ao longo da vida entre esportes e cursos e a única coisa com que tive disciplina, pontualidade, continuidade e dedicação, que mative por 9 anos (e se me sobrasse mais tempo teria continuado por muito mais), foi a dança. Difícil de entender, né? Descobri que a maioria dos TDAHs, se não todos, é muito boa em uma coisa. Como um dom. O meu é a dança. Por mais que eu goste de muitas outras coisas, como o meu curso, eu sei que só tem uma coisa que realmente faria com imensa excelência.

Criei então esse blog para compartilhar, com pessoas que conheçam ou tenham o Transtorno de Déficit de Atenção ou/e Hiperatividade, informações acerca do assunto, experiências pessoais, conselhos, enfim, como forma de auto-compreensão e para melhor entender o problema.

Agora, só para eu garantir que você entendeu mesmo tudinho que acabou de ler, que nenhum estímulo externo o distraiu, leia novamente o texto, ok?

Próxima post: "Afinal, o que é esse tal de TDA... TDAH"?


Grande abraço a todos!

3 comentários:

  1. Oi Amanda. Não precisa nem dizer que sua iniciativa é fantástica. Aliás, acho que todo portador devia fazer algo assim. Além de desabafar, o mais importante é debater e divulgar esse transtorno que atinge milhões de brasileiros.

    De fato, quando te conheci, já sabia que vc era totalmente 'anormal'...rsss. Apesar de uma das pessoas mais inteligentes que já tinha conhecido com a sua idade (17, na época), era absolutamente criativa, impulsiva e desorganizada.

    Ainda bem que me conheceu, não é?! Já ouvi ou li por aí, que TDA não pode cuidar de TDA... Parece que no nosso caso não houve problema. Pra dizer a verdade, penso que não conseguiria viver ao lado de alguém que não é TDA. Essas pessoas 'normais' são muito chatas! rsrs.

    Kisses in your Hyperactive heart!

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  2. Olá Amanda. Legal sua iniciativa.

    Gostaria de saber se vc têm indicação de médicos ou com quem vc tratou/trata em Goiânia.

    Abs.

    Marce

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  3. MARCE, tenho sim. Mas seria em Goiânia mesmo?
    Me mande seu e-mail que lhe passo.
    Post um comentário com o endereço do seu e-mail, depois eu apago. OK?

    Abraço!

    Amanda Passos

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